sábado, 2 de setembro de 2017

Curtas & finas 2

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Prende-solta
prende-solta está se tornando uma prática contumaz em todo o país. Depois do ministro Gilmar Mendes, do STF, haver rebentado os cadeados de corruptos fluminenses, foi a Justiça guaicuru que libertou todos a dúzia de detidos durante a Operação Antivírus do Gaeco nesta semana. Além do ex-deputado estadual Ary Rigo, foram liberados na noite de quarta-feira (30/ago.) todos os outros. O cidadão campo-grandense comemora com ardor inusitado. Pra que lotar a cadeia com mais doze corruptos, se é o cidadão que, no final das contas, paga a despesa?!
Mal assessorado
Governo de Mato Grosso do Sul demonstra, com o episódio do Decreto Normativo 14827, como as coisas andam disparatadas pelas bandas do Parque dos Poderes. Firmado pelo governador Reinaldo Azambuja Silva em 28 de agosto/17, o decreto visava regular "o uso da área denominada 'Parque dos Poderes', espaço territorial onde está concentrado o centro político-administrativo do Estado, com a finalidade de preservação do meio ambiente e da ordem e da segurança públicas". O decreto governamental sair eivado de erros, alguns bem grosseiros —erros legais (ferindo inclusive a Constituição Federal, gramaticais, vernaculares, explicativo e outros. E.g., o documento não define os limites do Parque dos Poderes", fere o capítulo dos Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos da Constituição, e até inventa palavras, tal como autofalante, que nem os servidores do Estado sabem explicar o que seja. OP governador tem que alterar o documento um dia depois, mas muitos dos erros permaneceram no decreto alterado. O governador anda muito mal assessorado.
Cidadão sofre
Continua difícil a Prefeitura de Campo Grande solucionar os problemas da área de saúde. Das grandes às pequenas questões, tudo tem falhas. No Centro de Especialidades Médicas (CEM) da Secretaria de Saúde, por exemplo, estão faltando medicamentos, alguns para doenças graves, porque, segundo servidores, "as licitações estão atrasadas". E ninguém explica quanto essas concorrências serão retomadas. E o cidadão a sofrer.  
Parco
A Câmara Municipal de Campo Grande aprovou, na semana que passou, projeto de lei, de autoria dos vereadores Gilmar da Cruz (PRB) e João Mattogrosso (PSDB), que propõe a instalação de parklets na cidade. Em nota, a casa afirma que o projeto é bom "por beneficiar o comércio local e desenvolver a urbanização da Capital". Criado na cidade de San Francisco, na Califórnia (EUA), no início da década, o parklet é uma extensão da calçada que funciona como espaço público. Pode até ser uma ideia interessante, mas precisa ser bem administrada —e boa administração é algo muito parco em Campo Grande.
Câmara quer parklets em Campo Grande
Saco cheio
Tem tempo que o ambiente está poluído. A situação, comum em espaços contaminados por lixo, fumaça ou gases, também pode ser ombreada ao ambiente político. A sociedade não mais suporta o enorme volume de prisões, escândalos, disputas, denúncias e desvios, os mais variados, envolvendo autoridades, políticos, governantes, juízes e empresários. E mais: as pessoas estão saturadas da volumosa cobertura da mídia relatando os malfeitos dos atores políticos. O cidadão está de saco cheio e exige a repaginação do livro do Estado.
Ladrão geral da República
Deu no site do Estadão deste sábado, 2/9/17: "em resposta à nota divulgada na noite de ontem pelo Palácio do Planalto, o empresário Joesley Batista, da JBS, chamou o presidente Michel Temer de 'ladrão geral da República'. Também por meio de nota, o empresário disse que Temer envergonha o país e pede que ele respeite o instituto da delação premiada. 'A colaboração premiada é por lei um direito que o senhor presidente da República tem por dever respeitar. Atacar os colaboradores mostra no mínimo a incapacidade do senhor Michel Temer de oferecer defesa dos crimes que comete. Michel, que se torna ladrão geral da República, envergonha todos nós brasileiros', diz o empresário, por nota".
Melhor idade?
Em Campo Grande, a Prefeitura Municipal anuncia a criação de um projeto de habitação para idosos, finalmente anunciando a concretização de algo previsto no Estatuto do Idoso. As casas, em um condomínio fechado, serão locadas aos idoso "por preços compatíveis com seus rendimentos", de acordo com nota da Assessoria de Imprensa da Prefeitura. O projeto ganhou o título um tanto rebarbativo de Vila Melhor Idade —quem chama idade avançada de "melhor idade é porque nunca foi velho.
A volta do coronel
Já tem gente na área política falando num possível retorno do ex-prefeito e ex-governador André Puccinelli, o Coronel da Toscana, ao cenário político de Mato Grosso do Sul. Um dos primeiros passos do chefe político será buscar a presidência do seu partido, o PMDB, pra organizar suas hostes para as eleições de 2018 —presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Isso tudo, se não rolar problemas com a Justiça em futuro não muito distante.
Ladrão geral da República
De modo geral o brasileiro tem a sensação de que o Brasil transformou-se numa imensa delegacia de polícia. Os organismos policiais dominam a crise política. Diariamente o cidadão presencia prisões, delações, denúncias etc. e tal, ou envolvendo políticos ou protagonizadas por empresários. Principalmente a Polícia Federal rotineiramente cumpre os mandados autorizados pelos magistrados. As operações em sequência ampliam o contencioso da operação Lava Jato. Cada detenção de políticos —parlamentares, ex-ministros, ex-governadores, impacta negativamente a imagem do Governo. Tem-se a impressão de que há uma estratégia bem definida para estreitar a margem de articulação governamental. Uma cadeia de fatos se estabelece: os deputados assustam-se com as prisões e fazem ilações sobre os efeitos que essas detenções geram na sociedade. E começam a tomar decisões que garantam suas sobrevivências no palco da política. Estão todos com os olhos fixados no futuro, nas eleições de 2018. E nesse palco, vão decidir um novo pedido de investigação do presidente Michel Temer, o temeroso, feito pelo procurador Geral da República. O presidente foi até chamado de ladrão geral da República.
Luca Maribondo|lucamaribondo@uol.com.br|Campo Grande|MS|Brasil

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