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Na tarde deste domingo, 1º de
janeiro de 2017, o ex-deputado Marquinhos Trad (PSD) terá tomado posse como
prefeito da cidade de Campo Grande, capital de Mato Grosso do Sul, Estado que
completará quarenta anos de criação em outubro próximo. No programa de governo
do então candidato Trad durante a campanha eleitoral do ano passado há algo em
torno de 150 promessas, que significa que o prefeito calouro terá de cumprir uma
promessa a cada 10 dias, isso, claro, se ele for cumprir todas as suas
promessas de campanha durante seus quatro anos de mandato.
Em ano eleitoral é sempre a
mesma coisa, em qualquer uma das mais de cinco mil cidades brasileiras. Milhares
de candidatos, muitos neófitos na carreira política e fazendo de tudo pra conquistar
os votos dos cidadãos. Prometer faz parte das atividades eleitorais dos postulantes
e o todos os eleitores estão habituados a isso. Mas é muito difícil avaliar as
promessas que são plausíveis de execução e quais são apenas formas de engabelar
o eleitor...
Desde os primórdios das
civilizações que o povo está cansado de ouvir promessas dos postulantes a
cargos públicos. Entretanto, é da maior importância que nós, cidadãos, tenhamos
a noção mínima do que está sendo proposto e do que realmente é permitido a um
candidato realizar, afinal só poderemos cobrar aquilo que é possível ser feito.
Embora possamos cobrar também as mentiras ditas em campanha.
Isso significa que durante as
campanhas eleitorais —no Brasil e em quase todo o mundo civilizado—, grande número
de candidatos promete que irão realizar coisas maravilhosas, mas que, se cada
um deles conhecesse realmente as suas futuras atribuições gerenciais, existiria
a possibilidade de não precisar iludir os eleitores com promessas impossíveis
de ser cumpridas.
Desde a a primeira década do século 21, é obrigação dos
candidatos aos cargos executivos apresentar programas de governo no ato do
registro de suas candidaturas na Justiça Eleitoral. Entre as promessas mais
comuns estão as melhorias na saúde, que é precária tanto pela falta de
profissionais quanto pelas condições estruturais dos hospitais; melhorias no
trânsito, superfaturado pela quantidade de veículos inversamente proporcional
ao número de vias; e a garantia da segurança publica de qualidade, que dispensa
comentários; educação, sempre mal planejada e executada na maioria das cidades.
Todas as área das atividades humanas são contempladas com promessas quase nunca
cumpridas.
E quando questiona-se porque os
políticos brasileiros não cumprem suas promessas de campanha, a resposta vem rápida:
por mais boa vontade que os eleitos tenham, prometem coisas impossíveis de
cumprir, ou seja, é inviável, prometer aquilo que não podem acontecer num curto
prazo, por exemplo, a construção de dez hospitais públicos em quatro anos,
duração da maioria dos mandatos eleitorais no Brasil.
Para evitar que as promessas de
campanha sirvam apenas para preencher o espaço da propaganda eleitoral é
necessário que os cidadãos ponham a mão na massa e mantenham registros das
promessas feitas e sigam os passos dos políticos do seu Município —no caso
presente, prefeito, vice-prefeito e vereadores. Um dos pontos interessantes
seria exigir que o prefeito e vereadores eleitos anunciem, em até noventa ou
cem dias após a posse, um programa de metas e prioridades para o mandato, além
de propor que o cumprimento das promessas políticas seja obrigatório para os
prefeitos, vice e vereadores.
Cada um dos cidadãos tem de ter
consciência de que a política partidária não deve ser uma ponte para conseguir
emprego e nem de interesses pessoais se nota em toda a nação. Os políticos são
representantes do povo e, portanto, servidores públicos e não
"autoridades", como costumam proclamar, e devem trabalhar em favor do
povo. O cidadão não pode pactuar com a falta de bom senso e o despreparo
evidente de muitos políticos. Que prevaleça o bom senso.
No Brasil, as promessas dos
políticos não são feitas para serem cumpridas... Mas compridas... O cidadão tem
de estar sempre atento e cobrando as promessas do prefeito e dos vereadores,
que são otimamente remunerados pra realizar seus trabalhos. O diagnóstico pode
ser aterrorizante, emocionante o prognóstico, mas devemos ser radicais,
subversivos e perspicazes, e termos uma visão mais ampla e abrangente do futuro
para mudar nossas ideias politicas e poder escapar da morte da nossa sociedade
por conta da asfixia que a burocracia moderna nos impõe. De olho nos políticos
sempre.
Luca Maribondo
lucamaribondo@uol.com.br
Campo Grande | MS| Brasil
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