quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Promessas e promessas


A campanha eleitoral 2016 já está em pleno andamento, assim como os discursos dos candidatos que querem o seu voto. Os pedidos de votos geralmente são sustentados por promessas, muitas delas impossíveis de serem cumpridas. E nem sempre o eleitor sabe distinguir falsas de consistentes promessas.

”Quem não tem voto cassa com golpe”. Li esta frase num post no Facebook. É uma das maneiras de sectários e fanáticos atacarem seus adversários e sempre recorrendo ao argumento do “golpe” ––na verdade nem sabem o que significa o termo golpe. Mas o fanático não dialoga, o fanático uiva e ruge ––e não se contrapõe a argumentos, ataca o argumentador.

Nenhum deles, entretanto, lembra-se, por exemplo, de que a campanha presidencial da presidente interrompida Dilma Rousseff prometia mundos e fundos: retomar o crescimento, colocar todas as crianças na escola, manter direitos trabalhistas… Foram tantas as promessas negligentes que logo após o pleito de 2014 muitas delas já haviam tomado o rumo do infinito: a expectativa de crescimento diminuiu, a educação infantil sofreu cortes e direitos trabalhistas foram alterados. No meio do ajuste, sobrou até para os programas sociais, as estrelas do governo.

O caminho pós-eleição ganhou curvas e obstáculos incontornáveis e deixou bem claro que o segundo mandato de madame Rousseff deveria ser bem diferente do cenário pintado durante a campanha: boa parte do que a candidata acusou seus adversários de propor, ela mesma está fazendo. E deu no que deu: os trâmites do impeachment ganharam o rumo esperado e a mandatária parece ter seu destino selado: a aposentadoria precoce.

“Eu tenho um grande compromisso com creche e pré-escola, pois acredito que creches e pré-escolas são o futuro do Brasil”, dizia ela. Cumpriu? Não! E os números só pioraram. Os cortes comprometeram a meta de ampliar o acesso à educação infantil e dificultam que volte ao ritmo normal no próximo ano. E, para os próximos anos, as perspectivas não são nada animadoras.

“Promoverei com urgência ações na economia para retomarmos nosso nível de crescimento e continuar crescendo nos níveis de emprego”. Durante a campanha, a candidata petista afirmou que seu governo teria como principal meta colocar o país de volta na “rota do crescimento”. Não era por menos: Dilma tem os piores números de crescimento histórico do país, atrás apenas de Collor. A candidata prometia crescimento. “É absurda a previsão de que o Brasil vai explodir em 2015. É um país estável, economicamente forte, uma economia sólida, um baita agronegócio. O Brasil vai bombar”, afirmou em entrevista durante a campanha de 2014.

Reduzir a conta de energia elétrica. Foi outro comprometimento. A realidade foi bem diferente. Desde que Rousseff iniciou seu segundo mandato, a energia elétrica já subiu 44,75%, de acordo com o IBGE. Os aumentos começaram no início do ano. E apesar da presidente teimar que não existe risco de apagão, já apelou pros brasileiros economizarem e fazer “um consumo racional de energia”.

Como todos já notaram, as promessas, ficaram no papel ––e nas entrevistas.

Com o agravamento da situação econômica do país no último ano, ficou claro que estávamos em crise. Só que dessa vez, nada de manter o emprego ou a renda: os últimos dados do IBGE, referentes a junho, mostraram uma taxa de desemprego de 6,9%, o maior índice para o mês desde 2010. O rendimento médio do trabalhador em junho mais uma vez apresentou queda

Rousseff também prometeu ampliar o sistema público de saúde. Entre as propostas estavam expandir o Samu, o Mais Médicos e lançar um novo programa, o Mais Especialidades. Durante os debates, ainda criticou os opositores de estarem dispostos a cortar o dinheiro da saúde. Na realidade, porém, o segundo governo Dilma já iniciou o ano cortando verbas para saúde: foram R$ 12 bilhões, o segundo maior corte.

E por aí vai. A lista é longa e, se houvesse lei pra punir políticos vigaristas, a presidente interrompida seria punida. Uma medida que não está mais aquém da necessidade e do anseio do povo brasileiro, visto que a população já não tolera mais o político mau caráter e mentiroso. O eleitorado pode até confiar nas promessas, mas hoje pinta a cara e vai às ruas dizer não à parolagem. Chega de enganação. É necessário que o candidato estelionatário responda por sua conduta fraudulenta, muito mais grave do que o estelionato comum, pois frustra toda a sociedade.


Este é um dos motivos fundamentais para que a Sra. Dilma Rousseff passe à condição definitiva de ex-presidente. Quem foi enganado nas eleições cassa com impeachment.

Luca Maribondo
Campo Grande MS Brasil

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